Morreu Arthur da Távola. O sujeito foi um jornalista de texto envolvente, muito afável no trato e meteu-se em política. Era uma alento vê-lo no Senado da República, pelo Rio de Janeiro. Durante o mandato, apressou em dar um belo jeito na editora da casa (como fazia agora com a Rádio Roquete Pinto) e apresentava um singelo programa dedicado à música, digamos, erudita. Impressionava no senador a generosidade despretenciosa das suas aulas de boa música. Transparecia o prazer em compartilhar seu vasto conhecimento.
Vá lá, aos mortos reserva-se um panteão de virtudes, mas um senador como esse Távola, vai ser difícil encontrar. Nessas plagas, há Agripinos e Crivelas de mais e Távolas de menos.
Em tempo: Em sua homenagem o IV Movimento, Maestoso, da Sinfonia nº3 de Saint-Saêns, ouvida ontem com a Osesp, sob regência do simpático Yan Pascal Tortelier. Regia sem batuta, lembrando um guarda de trânsito interpretado por Charles Chaplin.
Aqui com a Filarmônica de Berlim e James Levine.
Maestoso
(maio de 2008)
Senti muito quando soube da nótícia. Artur para mim foi um “abridor de portas” para a música clássica. Com seu comentário culto e ao mesmo tempo simples e delicioso, abriu a visão de muitas pessoas para a música de bom gosto!
Obrigado Artur!
Não tenho palavras para descrever a dor que senti ao saber da partida do Artur que conheci ainda criança no programa “Arte de ver, arte de ouvir” numa velha tv preto e branco em Iguatu, interior do Ceará pela extinta TV Educativa. Desde então, procurei sempre acompanhar sua carreira e devo a ele boa parte do cidadão e professor que sou hoje.
Vá em paz, meu mestre querido.