O Pan inaugurou o estilo vaia classe média. Simbolizado pelo incrível Oscar Schimidt em uniformes globais berrando seu animado “Vai cair!” para uma moçoila que se esforçava nalgum aparelho de ginástica, o estilo de vaia classe média é o equivalente brazuca ao panelazo argentino. Como as coisas importantes são feitas de pequenas diferenças, como o Le BigMac de John Travolta, a vaia classe média não distribui apupos contra a mendicância infantil, ônibus lotado ou educação de segunda. Isso já é parte da paisagem, da verdadeira percepção do que vem a ser tolerância e diversidade pelos gerentes deste meu Brasil. A grita no final do dia é contra a corrupção dos outros (a dos outros, bem entendido) e os execráveis esportistas não tapuias. Claro, Lula será sempre um alvo preferencial da vaia classe média, ainda que seja ele mesmo um espelho do ideário da vaia classe média. É uma interessante contradição. Lula sempre foi contra a corrupção dos outros e tem o mesmo trejeito do Galvão Bueno ao encarar as complicações da vida. Odeiam o que muito se lhe parece (seja lá o que quer dizer essa construção esdrúxula).
Amigos, nessa friaca de segunda-feira, me lembro da visionária marchinha dos anos 70. Esse é um país que vai pra frente. Nos contou tudo. Uou-uou-uou-uou-uou!