O ICC

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Há um único jornal em inglês em Myanmar, o semanal Myanmar Times. A redação fica num imponente prédio reformado, algo raro em Yangoon. Ali também se publica o tablóide “Crime”, com muito texto e poucas imagens.

O arquiteto responsável pela obra é de Myanmar. Abriu os espaços internos e ligou os andares com uma bruta escada metálica. É uma obra óbvia, inspirada num estilo ocidental e a economia no acabamento é bastante adequada aos padrões locais.

O Myanmar Times nessa semana traduz artigo propondo a substituição do índice BigMac, criado pela revista The Economist para comparar preços em diferentes países, pelo índice iPod, monitorando os impostos embutidos no tocador de MP3. Um sinal dos tempos.

Voltando à realidade das ruas, a calçada do prédio do Myanmar Times é irregular e esburacada. Os passeios públicos quase inexistem em Yangoon e muito menos em Mandalay.

Há uma relação direta entre o estado de conservação das calçadas e o índice de desenvolvimento de um país. As cidades chineses fazem um esforco fenomenal para recuperar os passeios públicos. É mais importante que a qualidade do asfalto onde rodam os milhões de veiculos que vão em direção às garagens dos chineses. Em Bancok, caminha-se facilmente sem olhar para o chão.

Eis o Indice de Desenvolvimento das Calçadas. Dê uma volta no seu quarteirão e descubra em qual posição o Brasil se encontra.

Para ver mais fotos

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3 thoughts on “O ICC

  1. Gostei da observação. A calçada é mesmo um excelente ponto de referência sob vários aspectos: político, de cidadania, da educação, etc. Uma vez um amigo afirmou que pode-se conhecer uma pessoa só pelos seus óculos, acho que as calçadas estão para a cidade assim como os óculos para uma pessoa.

  2. É que no Brasil as calçadas variam: há as belas calçadas recém reformadas da Oscar Freire, que custaram muitos recursos públicos, e há outras calçadas bem menos imponentes. Sorte dos transeuntes que as acham, pois em muitos lugares não existem, em outros estão tomadas pelos camelôs e em outras, como no Rio de Janeiro, pelos carros. Talvez as calçadas sejam um reflexo da distribuição de renda de um país.

  3. E por falar em Ipod, quando essa história do indice começou a circular, saiu também uma lista dos preços dos Ipod mundo afora. E o Brasil, como é de costume, é campeão quando não precisa: o Ipod mais caro do mundo.

    Abs

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