Big in Bombay

A Companhia de Dança Dorky Park, apresenta em São Paulo, seu Big in Bombay, no SESC Pinheiros. O folheto diz ser uma alegoria da busca pela fama. Um grupo de artistas espera por uma audição. Espera pela fama, Quinze minutos. Um segundo.

Vi Bombaim por um segundo. Do táxi, no interminável lapso de tempo que separa o aeroporto do centro da cidade. Um tempo que não existe, esse do táxi. Uma elipse atemporal da memória. Troco minha camisa suada, ignoro a música alta, adormeço em frente à favela, atravesso o viaduto, ninguém me espera. Ninguém espera ninguém na sala de espera. É uma antesala, uma antecâmara, o próprio purgatório. Bombaim foi um segundo. Um longo segundo, um lapso. Só um segundo.

Big in Bombay é um profusão de referências ao multicuturalismo pop, uma fórmula sempre muito tênue, fronteiro ao pastelão. A companhia Dorky Park, baseada em Berlim, é dirigida pela argentina Constanza Macras e seu elenco formado atores de diversas nacionalidades. Essa coerência no grupo de atores facilita o encontro de Nikka Costa e musicais de Bollywood, terroristas e clowns, porn stars e coreógrafos. No final das contas Big in Bombay diverte.

Veja versões de algumas das referências da trilha do espetáculo: “Olvidame y pega la vuelta” um clássico do grupo argentino Pimpinela (uma espécie de Jane e Erondi), Nikka e Don Costa com “On my Own” e uma versão tipo slideshow de “Ne me quitte pas” em alemão, com Marlene Dietrich.

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